NÃO HÁ MAIS TEMPO!

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UM GRITO PELO CLIMA

O Amazonas vive o impacto cruel da crise climática. Secas severas comprometem a subsistência de comunidades inteiras, rios atingem níveis históricos de baixa, e a fumaça das queimadas torna o ar irrespirável. Em 2024, mais de 747 mil pessoas foram diretamente afetadas pela estiagem, com 24.700 pontos de queimadas registrados no estado. A cidade de Manaus sofre com níveis alarmantes de poluição e a ausência de políticas públicas que enfrentem essa realidade.

Nós não esquecemos! Manaus foi o lugar que sufocou sem oxigênio. Durante a pandemia da Covid-19, vimos nossa gente morrer não pela falta de cura, mas pela falta de ar, pela negligência criminosa e pela ausência de políticas públicas. O Amazonas foi palco de um assassinato em massa. Não podemos enterrar essa memória. Precisamos lembrar para que jamais se repita, para que os responsáveis sejam punidos e para que nossos mortos tenham justiça.

Adaptação Não É Normalização! No debate sobre a agenda climática, a adaptação ao estado permanente de crise se tornou um tema central. No entanto, não podemos confundir adaptar-se com normalizar uma realidade insalubre e injusta. Adaptar-se não significa aceitar. Rejeitamos a normalização de uma crise imposta por aqueles que exploram e destroem. A adaptação precisa ser um caminho de luta e transformação, e não uma aceitação passiva de um sistema que continua a marginalizar os mais vulneráveis.

Demarcação é política climática. A terra é nossa mãe, e defendê-la é defender nossas vidas. Povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e periféricos não são obstáculos; são guardiões, são solução. Não há enfrentamento à crise climática sem a demarcação e proteção dos territórios. Sem esses territórios, não há Amazônia, não há futuro.

A justiça climática só existe com justiça social. A crise climática é um reflexo do racismo ambiental e das desigualdades históricas que estruturam nossa sociedade. Quem mais sofre com as secas, com as enchentes, com o desespero, são os que menos contribuíram para esta destruição. Justiça climática sem justiça social é mais uma forma de colonização.

Cúpulas e megaeventos não nos salvarão. Durante o Até o Tucupi colocamos o questionamento: QUEM BOTA FÉ QUE A COP VAI MUDAR ALGUMA COISA? A resposta para essa pergunta é que acreditamos em quem resiste todos os dias, em quem transforma a luta em cultura, em quem une territórios e saberes. A resposta está na floresta, nas ruas, nos rios e nos povos que nela vivem e resistem.

Não há mais tempo! O Grito Até o Tucupi é mais do que palavras. É um chamado à ação. É a força coletiva que não se cala, que dança, canta, marcha e constrói. Resistir é viver. E viver é transformar.

O Até o Tucupi 2024 não foi apenas um evento cultural. O festival é uma plataforma política, que conectou 62 grupos, movimentos e organizações em 29 atividades de debates, manifestações e atos de resistência, que aconteceram entre os dias 20 e 30 de novembro.

Este grito nasce das contribuições de quem participou das discussões no Encontro Amazonense sobre Crise Climática, no Tribunal Popular Climático e na Marcha Até o Tucupi pelo Clima.
Essa luta é pela Amazônia, pelas vidas que ela sustenta e pela justiça que ela exige. Não há mais tempo para esperar. Estamos Até o Tucupi pelo Clima e não vamos parar!

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